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quarta-feira, 16 de maio de 2012

"ESTOU ANSIOSA PARA ME VER", AFIRMA IVETE SANGALO SOBRE 'GABRIELA'


O centenário de nascimento do escritor Jorge Amado foi apenas um pretexto. Seja como for, Walcyr Carrasco conseguiu fazer um remake de Gabriela. “Eu sempre quis escrever esta produção. Este é um projeto antigo meu. Vai ser uma novela nova, apenas inspirada na obra original”, assegura o autor, que está adaptando o livro mais conhecido de Jorge Amado e com o maior número de traduções. Para recriar a história desta cabocla ousada, rústica, brigona e para lá de sensual – vivida por Sônia Braga na novela homônima, exibida pela Globo em 1975, e no longa de Bruno Barreto, em 1983 -, o diretor de núcleo Roberto Talma fez questão que ela fosse interpretada por Juliana Paes.
Orgulhosa da escolha, a atriz se atirou em pesquisas sobre o início da década de 20 e a sociedade cacaueira de Ilhéus. Além disso, se dedicou a exercícios que garantissem maior preparo físico para o início das gravações da história, que tem estreia prevista para o final de junho, na faixa das 23 h. “Agora eu entendo a Gabriela. Ela é uma sobrevivente e, por isso, é feliz. A todo momento que estou gravando, tento estabelecer essa conexão dela com a natureza, com o Sol, vento, terra. Estou uma esponja”, vibra Juliana Paes.
O início das gravações foi o período de maior entrega para os mais de 200 profissionais envolvidos em viagens pelo Nordeste brasileiro. Em 16 dias de gravações entre o Piauí e Bahia, quatro caminhões carregavam os equipamentos e material de cenografia, figurino e produção de arte, liderados pelo cenógrafo Mário Monteiro e pela figurinista Labibe Simão e Juliana Mendonça, supervisora de caracterização. Foi a xará de Juliana Paes que deixou a atriz com cor de canela, cabelos de barro e cheiro de cravo para transmitir toda a rusticidade necessária à personagem que aparece em cenários áridos e intrigantes. A começar pela Serra das Confusões, no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. “O ambiente rochoso, de horizonte quase infinito, tem uma beleza deslumbrante. Não tive dúvidas de que as gravações começariam ali”, lembra o diretor da trama, Mauro Mendonça Filho.
Esses foram só os primeiros passos de Gabriela, que caminha por dias fugindo da seca que assola o sertão de Juazeiro em meio ao chão de terra vermelha e árvores retorcidas. Neste cenário, no Junco do Salitre, em Juazeiro, foram gravadas as cenas em que a personagem foge com o Tio Silva, vivido por Everaldo Pontes. De lá, toda a equipe se deslocou para o centro histórico de Canavieiras, também na Bahia, que ainda mantém a arquitetura típica do início do Século XX.
Nesta locação foi gravado o primeiro encontro de Gabriela com Nacib, personagem de Humberto Martins. Assim que o conhece, Gabriela logo dispara seu bordão: “moço bonito”, o que faz com que o árabe, seduzido pela selvagem morena suja de barro, aceite contratá-la como cozinheira. “Ela surpreende o patrão na cozinha e o Nacib vira um dos homens mais invejados de Ilhéus”, ressalta Humberto.
Ainda no mesmo local, Mauro Mendonça gravou a chegada pelo mar de Mundinho Falcão, um exportador carioca vivido por Mateus Solano. Ele quer trazer o progresso para a cidade e chega ao porto com a atirada Anabela, de Bruna Linzmeyer, e com o Príncipe Sandra, vivido por Emilio Orciollo Netto. Em Ilhéus, uma dos personagens de maior destaque é a poderosa Maria Machadão, a dona do principal cabaré da região, interpretada por Ivete Sangalo.
“Estou ansiosa para me ver como a dona do Bataclã. Sou super fã de Jorge Amado”, derrete-se a cantora, que na versão de 1975 da trama foi vivida por Eloísa Mafalda. No entanto, a primeira adaptação do romance de Jorge Amado, publicado em 1958, foi de Zora Seljan em 1960, na extinta TV Tupi. Desde essa época, o universo de jagunços, coronéis e prostitutas já seduziam os autores. “Gabriela mexe com os sentimentos mais genuínos e com questionamentos morais. É um personagem irresistível”, destaca Walcyr.
De Terra.com

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